“Voto de cabresto”, afirma Marlina sobre motivo da cassação de Ari Vequi e Gilmar Doerner

Na sessão ordinária desta terça-feira, 9 de maio, a vereadora Marlina Oliveira (PT) falou sobre a cassação dos mandatos do prefeito Ari Vequi (MDB) e do vice-prefeito Gilmar Doerner (Republicanos) pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por abuso de poder econômico na campanha eleitoral de 2020. “Foram cinco votos favoráveis contra dois. Isso não foi uma injustiça, porque a decisão jurídica se baseou no entendimento de [que houve] abuso de poder econômico, considerado um crime eleitoral extremamente grave e, mais do que isso, um crime contra a democracia”, disse.

“Luciano Hang, dono das lojas Havan, fez uso de toda a sua estrutura de poder para influenciar outras candidaturas, o voto das pessoas, fazendo uso, inclusive, de funcionários para pedir voto. Se eu trabalho numa empresa e o dono da empresa, que é Luciano Hang, pede pra eu fazer um vídeo, você acha que eu vou ter coragem de dizer pra ele, com o meu emprego na risca, que eu não vou fazer? Isso é exercício do poder, isso é poder de influência”, prosseguiu a vereadora.

Ela citou também lives em que o empresário, trajado com a camiseta verde da Havan, apresentava Vequi ao eleitorado - “ligando a marca intrinsecamente à pessoa” - e da vez em que Hang teria propagado “fake news” ao afirmar, um dia antes do pleito, que Brusque se tornaria “uma Venezuela” se Paulo Eccel (PT) fosse eleito prefeito.

Ricardo Gianesini, o Rick Zanata (Patriota) rebateu as colocações da vereadora. Em aparte, ele classificou de injusta a decisão do TSE contra Vequi e Doerner e disse que a campanha do então candidato Lula (PT) em 2022 “foi apoiada pela grande mídia e por artistas famosos”. Ele acrescentou, ainda, que Eccel “foi apoiado por vários empresários grandes aqui da cidade” quando candidato a prefeito em 2008.

“Como cidadão, ele [Hang] e qualquer empresário tem o direito de manifestar a sua opinião. O que ele fez foi usar o seu poder econômico, botando o seu maquinário econômico a serviço do prefeito cassado Ari Vequi. Nesse sentido é que o TSE entendeu e cassou os mandatos. Em 2020, aconteceu o que a gente chama de voto de cabresto. A população não teve a possibilidade de fazer a sua escolha. Quando ‘o meu chefe’ diz ‘chama todo mundo’ e diz em quem ‘eu tenho que votar’ fazendo ameaças, ‘eu não tenho’ a possibilidade de fazer escolhas de forma tranquila, porque está ‘o meu emprego’ em risco, está ‘o sustento da minha família’ em risco. Quando os empresários fazem o que Luciano Hang fez, nós temos distorcida a vontade da população”, respondeu a vereadora.

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